Nos 131 anos de Boa Vista, conheça os principais fatos históricos que deram origem à Capital de Roraima


De fazenda à cidade, Boa Vista passou de município do interior do Amazonas à Capital do Estado de Roraima


     Chegada da Expedição Hamilton Rice, em 1924, que fez a primeira foto aérea de Boa Vista



O Município de Boa Vista foi criado em 9 de julho de 1890, a partir do desmembramento do Município de Moura (AM). Os primeiros registros de imagem, que tornaram possível saber exatamente como a cidade era, ocorreram somente em 1924.


Foi nesse ano que por aqui aportou o pesquisador Alexander Hamilton Rice, trazendo sua equipe para realizar pesquisas a bordo de um hidroavião. Então foram tiradas as primeiras fotografias aéreas de Boa Vista.

     Assim era Boa Vista quando foi fotografada de cima pela primeira vez em 1924


Em seu registro de viagem, Hamilton Rice assinalou que Boa Vista tinha 164 casas que abrigavam uma população de 1.200 pessoas. Alguns dessas construções eram de tijolos, como a Igreja Matriz, a Intendência, o armazém e algumas casas de moradia.



Fazenda Boa Vista, o embrião para o surgimento da cidade

        A foto mais antiga da Fazenda Boa Vista, a partir de onde surgiu a vila que se tornou a Boa Vista de hoje



A instalação da Fazenda Boa Vista ocorreu em 1830, por Inácio Lopes de Magalhães. Esta fazenda de gado estimulou a ocupação em suas proximidades e foi decisiva para o desenvolvimento do porto fluvial na região. 


A poucos metros do porto surgiram os marcos iniciais da cidade, a construção da sede da Fazenda Boa Vista e da capela de Nossa Senhora do Carmo, a Igreja Matriz.

    Foto da Fazenda Boa Vista mais moderna, mostrando a Igreja Matriz erguida logo ao lado


No início do século XIX, o Relatório do presidente da Província do Amazonas, João Baptista de Figueiredo Tenreiro Aranha, em 30 de abril de 1852, dá algumas pistas do surgimento de Boa Vista. Nele há menção de que a fazenda logo foi “engolida” pelo povoado.

      Porto do Cimento, por onde chegaram os colonizadores, onde hoje está a Orla Taumanan


O relatório não assinala a localidade como “fazenda”, deixando a entender que em 20 anos a propriedade particular já tinha se transformado em um arraial exatamente onde em 1830 existia a Fazenda Boa Vista. Nesse momento da história, o núcleo urbano já ganhava contorno de cidade. 



Início do desenvolvimento urbano

    Em primeiro plano, início do complexo poliesportivo Ayrton Senna com o Parque Anauá ao fundo



O desenvolvimento urbano de Boa Vista ocorreu em duas etapas. A primeira no intervalo de 1830-1942, quando iniciou a ocupação inicial do povoado, com a constituição da vila, a elevação a município e o  crescimento lento desse núcleo populacional no primeiro século de existência. 


O segundo momento, de 1943-2008, representou a afirmação da cidade como importante entreposto comercial da região. Houve ainda o forte impacto do projeto político de povoamento do então Território Federal do Rio Branco (depois Roraima), recém-criado em 1943. 

                 Em forma de leque, plano urbanístico elaborado a partir de 1944 dá nova forma à cidade


Acompanha-se a isso o projeto urbanístico que terminou por modificar definitivamente a feição urbana da Capital, a partir de 1944. Houve uma impressionante expansão da Capital, com o adensamento populacional. 



Fatos históricos sobre Boa Vista

        Prédio da Intendência, cuja réplica foi erguida na Orla Taumanan, no Berço Histórico de Boa Vista



No dia 09 de julho de 1890,  a Freguesia de Nossa Senhora do Carmo foi elevada à categoria de Município de Boa Vista do Rio Branco, pelo Governador do Amazonas Augusto Ximeno de Villeroy, por meio do Decreto estadual nº 49. A instalação do município foi feita, em nome do governador, pelo Capitão Fábio Barreto Leite, em 25 de Julho do mesmo ano.


O primeiro prefeito de Boa Vista foi o Coronel João Capistrano da Silva Mota. Os primeiros vereadores, denominados na época de intendentes, foram José Francisco Coelho e José Gonzaga de Souza Junior.


Na década de 1930, uma fazenda do Império, que deu origem a um pequeno núcleo populacional formado nas terras ao redor, passou a chamar-se Boa Vista, e deu nome definitivo ao lugar.


Pelo Decreto 5.812 de 13 de setembro de 1943, o Município de Boa Vista se desmembrou do Estado do Amazonas e passou a ser Território Federal do Rio Branco, no mandato do presidente Getúlio Vargas. 

     Primeiros traços da Praça do Centro Cívico: cidade tornou-se capital do Território Federal em 1944


Em 1962, houve a mudança de nome do território para Roraima, Pela lei nº 4.182, de 13 de dezembro, promulgada pelo Congresso Nacional a pedido do deputado Gilberto Mestrinho. Em 1988 foi criado o Estado de Roraima.


Alguns aspectos da cidade

    Igreja Matriz foi importante para o surgimento da Freguesia Nossa do Carmo, embrião da primeira vila 


Boa Vista está localizada à margem direita do Rio Branco. O clima é quente e úmido, com apenas duas estações climáticas bem definidas: a estação das chuvas, que vai do mês de abril a setembro, e o verão, de outubro a março. A temperatura varia de 20° a 38°C, sendo a média anual em torno de 27,4º C.


A arquitetura das áreas mais antigas, próximas ao rio, realça o estilo da virada do Século 19 para o 20: o neoclássico, que tentou reerguer com certo romantismo as formas romanas e gregas da antiguidade. Os traços neoclássicos podem ser facilmente identificados nos contornos umbrais da cidade.


A cidade é plana, com traçado urbano moderno e pela sua arborização. As avenidas largas convergem para o Centro, num leque urbano planejado nos anos 40 pelo arquiteto Alexandre Derigusson, que lembra a antiga Paris.

    Praça do Centro Cívico em 1971 já com o Monumento ao Garimpeiro erguido em frente ao Palácio do Governo


Boa Vista está a uma altitude de 90m acima do nível do mar, a 2º 49’ 17” de latitude norte e 60º 39’ 50” de longitude ocidental e possui uma área de, aproximadamente, 5.711,9 km². Quanto ao fuso horário, Boa Vista está 1 hora a menos que Brasília.


Única Capital brasileira situada no Hemisfério Norte, a cidade limita-se ao Norte com os municípios de Normandia, Pacaraima e Amajari; ao Sul, com os municípios de Mucajaí e Alto Alegre; a Leste, com os municípios de Bonfim, Cantá e Normandia; e a Oeste com o Município de Alto Alegre.


Um fato sobre o Monumento ao Garimpeiro


Obelisco foi construído em 1962 e destruído em 1969 para dar lugar ao Monumento ao Garimpeiro (Foto: Blog Jô Viajou)

A Praça do Centro Cívico tem um nome, embora muitos não saibam atualmente. Chama-se Praça Joaquim Nabuco. Lá existia  um obelisco  bem no centro da bola da praça, que foi construído em 1962. Mas, em 1969, no Governo de Hélio Campos, o obelisco foi destruído.

No local começou a ser erguido o Monumento ao Garimpeiro, homenagem aos garimpeiros que representaram uma força econômica a partir de 1930, com a descoberta do garimpo de diamante na Serra do Tepequém, localizada no Município do Amajari, Norte de Roraima.


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Fontes de consultas: 

*Material elaborado com base no Suplemento da Folha de Boa Vista publicado no aniversário de 125 anos de Boa Vista, de autoria de Jessé Souza

*Visadas sobre Boa Vista do Rio Branco: razões e inspirações da capital de

Roraima (1830-2008), de Carla Gisele Macedo Santos Martins Moraes e

Gregório Ferreira Gomes Filho

*Estudos Sociais de Roraima (Geografia e História), de Luiz Aimberê Soares de Freitas

*Minha Rua Fala, publicação semana do jornalista Francisco Cândido na Folha de Boa Vista.

“As transformações da paisagem do sítio histórico urbano de Boa Vista: Um olhar a partir da fotografia”.

*Portal do Governo de Roraima e site da Prefeitura de Boa Vista.

*Blog Jô Viajou


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